AbdonMarinho - GRANDES HOMENS NÃO TRATAM ASSUNTOS PEQUENOS.
Bem Vindo a Pag­ina de Abdon Mar­inho, Ideias e Opiniões, Terça-​feira, 16 de Abril de 2024



A palavra é o instru­mento irre­sistível da con­quista da liber­dade.

GRANDES HOMENS NÃO TRATAM ASSUN­TOS PEQUENOS.

GRAN­DES HOMENS NÃO TRATAM ASSUN­TOS PEQUENOS.

As notí­cias que chegam do planalto cen­tral é de mais uma crise no nosso ven­er­ado STF. Desta vez por conta de declar­ações do ministro-​presidente sobre a não prisão de um dos con­de­na­dos no processo do men­salão, o dep­utado petista José Paulo Cunha.

Have­ria neces­si­dade, de mais uma vez, sub­me­ter a pop­u­lação ao vex­ame de assi­s­tir os maiores homens do judiciário nacional lavando roupa suja por conta de uma «picuinha» como essa? Ninguém assi­nou o mandato de prisão que pres­i­dente deixou de assi­nar. Paciên­cia, o mundo não acabou por que o con­de­nado ficou mais trinta dias ausente da Papuda, ao que sei ele não fugiu, não escafedeu-​se, sua pena não foi extinta por conta disso ou pre­screveu. Não faz sen­tido é que se gere uma crise insti­tu­cional por uma tolice como essa.
A mídia, que tam­bém, não se aqui­eta sem gerar um escân­dalo, sobre­tudo quando, junto com ele vem uma “prestaçãoz­inha» de serviço aos seus patrões, não cessa de infla­mar ainda mais o ambi­ente, muitas vezes até dando vazão aos seus pre­con­ceitos mais recôn­di­tos. Sobre a viagem que fez o pres­i­dente do STF à Paris, França, e à sua visita ao uma loja de grife, não fal­tou quem se achasse no dire­ito de tratá-​lo como o próprio demônio.
Explico como. A maio­ria de nós se lem­bra do filme bril­hante­mente estre­lado por Meryl Streep e tendo como dire­tor David Frankel, inti­t­u­lado “O diabo veste prada”. O

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filme que é uma adap­tação de um livro do mesmo nome, de Lau­ren Weis­berger, fez muito sucesso.
Pois bem, numa cam­panha sór­dida, os ami­gos, agre­ga­dos e ali­a­dos dos “men­saleiros”, que desde novem­bro, depois de reg­u­la­mente con­de­na­dos, foram pre­sos e estão vendo o sol nascer quadrado, não para de referir-​se ao min­istro do STF dizendo que ele “veste prada”, em suas diver­sas vari­ações.
Ora, ora, não pre­cisa ir muito longe para deduzir que estão chamando o min­istro da “coisa ruim”, o «tin­hoso». Não dis­farçam que é uma alusão ao filme, para chamá-​lo de diabo. Poder-​se-​ia até encarar com bom humor o tro­cadilho (de fato é uma tirada inter­es­sante). Nada teria demais, afi­nal, no filme, o diabo, era em sen­tido fig­u­rado, a extra­ordinária e ele­gante Meryl Streep, em papel mem­o­rável., que lhe ren­deu indi­cação ao oscar e um prêmio globo de ouro. Entre­tanto, os detra­tores do min­istro não pos­suem senso de humor para tanto. As insin­u­ações tem as cono­tações do racismo embu­tido, ao pre­con­ceito de não se admi­tir que um negro, um pobre ou os dois jun­tos, tenha chegado onde chegou, que possa con­hecer o mundo e a vestir-​se com roupas de grife. Pes­soal­mente, acho tudo isso uma vaidade tola, uma osten­tação desme­dida num país de mis­eráveis. Nunca senti nen­huma von­tade de vestir ou calçar marca. Meu atual sap­ato tem, por baixo, uns sete anos, e acho que ainda dura mais um temp­inho, e não é prada. Nunca dei mais que R$ 100,00 (cem reais) numa camisa, nunca usei um terno que pas­sasse de R$ 1.000,00 (mil reais) e assim mesmo a con­tragosto. Entre­tanto, não é por achar isso, que se deve dá azo ao pre­con­ceito e ao racismo, mesmo por que, não é essa a primeira vez que fazem isso. Antes, durante e depois do jul­ga­mento do «men­salão» plan­taram e fiz­eram plan­tar acusações e pre­con­ceitos con­tra ele, ora era o feitor, ora era cor­rupto, ora deslum­brado, ora o recal­cado, e por aí vai.
O próprio min­istro, com sua queda por picuin­has, não se cansa de ali­men­tar a diminuição das insti­tu­ições brasileiras, logo ele, que todo dia sofre as con­se­qüên­cias.
Este é ape­nas um pequeno exem­plo de como andam as insti­tu­ições nacionais. O Brasil se tornou uma grande “terra de ninguém”, onde quase todo mundo se acha no dire­ito de tirar sua van­tagem ou enricar à custa do suor do con­tribuinte.
Outro dia o pres­i­dente do Senado da República achou que nada tinha de errado em req­ui­si­tar um avião da FAB para ir fazer um sin­gelo implante de cabelo na cidade de Recife (PE). Há algo mais patético que um pres­i­dente de tão ele­vada insti­tu­ição se ocu­par de implantes capi­lares?
Não faz muito tempo, vi a patética imagem de um gov­er­nador de estado mer­gul­hando numa cis­terna para ten­tar estancar um vaza­mento, fazia não por neces­si­dade, mas ape­nas no exer­cí­cio prático de dem­a­gogia (não digo o gov­er­nante não deva exper­i­men­tar as auguras que exper­i­menta o povo, é dever dele fazer isso). Não quer­e­mos gov­er­nantes que resolva um prob­lema numa cis­terna, quer­e­mos um resolva toda a crise no abastec­i­mento de água, de esgoto, de sanea­mento, habitação, saúde e edu­cação.
O pop­ulismo dos políti­cos brasileiros, chega as raias da insanidade, quase todo dia temos exem­p­los disso.
Trago comigo uma história que ouvi ainda na infân­cia. Contaram-​me de uma con­creção de freiras que foram habitar num dos lugares mais insalu­bres da cidade. Eram freira muito boas, devotadas as pobreza. Com o pas­sar do tempo elas começaram a se sen­tir hos­tilizadas pela comu­nidade. Por mais que ten­tassem não con­seguiam enten­der, como elas que eram tão boas estavam sendo hos­tilizadas. Até que uma per­gun­tou para um líder da comu­nidade qual a razão da hos­til­i­dade. O líder explicou-​lhes a razão: Eles moravam lá por não ter para onde ir, que­riam alguém que os aju­dassem a sair daquela condição de mis­éria e não que fos­sem morar lá como se fosse nor­mal habitar aquele tipo de lugar.
Os grandes homens, os gov­er­nantes a quem os povos con­fi­aram os seus des­ti­nos, esperam bem mais destes homens públi­cos. Não acham ser nor­mal tanta dis­cussões em torno de “picuin­has”, assun­tos menores que não resolvem os prob­le­mas que atrav­es­sam o país.
Fico pen­sando, como é ficam os mil­hares de jul­ga­men­tos pen­dentes do STF quando vemos min­istros per­dendo tempo com a assi­natura ou não assi­natura de um único mandato de prisão, que não altera em nada a rotina da sociedade.
Divago sobre quem, de fato, se pre­ocupa com a pauta nacional quando temos um pres­i­dente do Senado da República, pre­ocu­pado com sucesso ou insucesso do seu implante capi­lar. Pois é, cheg­amos ao ponto em que o implante capi­lar ou plás­tica dos grandes da nação ocu­pam os debates ao invés dos assun­tos de inter­esse de toda a sociedade. E o mais grave é que os pag­amos para cuidar dos nos­sos inter­esses e não de sua vaidade.
Fico inda­gando se o gov­er­nador não dev­e­ria ceder lugar a um bombeiro hidráulico, decerto mais habil­i­tado que ele para resolver o prob­lema da cis­terna enquanto ele ia cuidar da falta de água, sanea­mento, mora­dia, etc., de todos os habi­tantes do estado.
Um dos grandes prob­le­mas que o país atrav­essa é que não temos homens públi­cos pre­ocu­pa­dos com o inter­esse público, com o cresci­mento econômico, com a bal­ança com­er­cial, com a segu­rança das nos­sas fron­teiras, com o caos da saúde, como os pés­si­mos indi­cadores na edu­cação. Os nos­sos políti­cos, em geral, estão pre­ocu­pa­dos é com próx­ima eleição, seus inter­esses giram em torno dos votos que podem con­seguir com um favorec­i­mento aqui e ali. As obras de inter­esse da nação que ven­ham a resolver os gar­ga­los da nossa infra-​estrutura eles pas­sam ao largo, querem saber é da emend­inha da sua base, de prefer­ên­cia para nego­ciar e pegar um troco com ela. Preocupam-​se é com o emprego do ali­ado, afil­hado ou cor­re­li­gionário que poderá o carga para lhe favore­cer na eleição.
O Brasil se perde quando vemos homens que dev­e­riam ser grandes e se ocu­parem de temas grandes os vemos pequenos cuidando de assun­tos menores que eles.
Grandes homens não tratam assun­tos menores. Se tratam, não são grandes.
Abdon Mar­inho é advogado.