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ENTRE MOR­TOS E FERI­DOS O SALDO É POSITIVO.

ENTRE MOR­TOS E FERI­DOS O SALDO É POSITIVO.

A despeito das divergên­cias sobre o sig­nifi­cado dos números da vio­lên­cia no mês de janeiro: um grupo de jor­nal­is­tas, blogueiros e meti­dos, diz que houve um aumento enquanto outro grupo diz o inverso, entendo que o novo gov­erno está no cam­inho certo no com­bate à violência.

Expli­carei a razão de pen­sar assim.

A vio­lên­cia no Brasil e prin­ci­pal­mente tem crescido numa pro­gressão geométrica (não sei se meu antigo pro­fes­sor de matemática vai me puxar a orelha por usar esse termo). Ape­nas para se ter uma vaga com­preen­são do que digo, enquanto reg­is­tramos, em 2002, cerca de 240 homicí­dios, na região met­ro­pol­i­tana da cap­i­tal, em 2014, esse número pas­sou de 1100. O mesmo cresci­mento em maior ou menor inten­si­dade no resto do país.

Entre os vários motivos para esse recrude­sci­mento da vio­lên­cia está a falta de autori­dade do Estado diante do crime. A coisa tem andando tão sem con­t­role – e esse é outro assunto a mere­cer estudo – que os ban­di­dos pas­saram a achar que podem enfrentar o Estado, este rep­re­sen­tado por suas insti­tu­ições, tendo à frente àquela que faz o com­bate direto, que são as polí­cias. Temos visto que há uma espé­cie de sat­is­fação macabra da ban­didagem quando eles matam um poli­cial, seja civil, mil­i­tar, guarda civil.

Outro dia, num destes pro­gra­mas ves­per­tino que tratam da vio­lên­cia, vi a sat­is­fação de uma cri­ança de 14 anos, já investido no papel de ban­dido – a questão da into­ca­bil­i­dade destes menores crim­i­nosos é outro gar­galo a ser enfrentado –, expor, de forma fria, suas moti­vações para ter ceifado a vida de uma guarda munic­i­pal na frente do filho.

Voltando à nossa real­i­dade, emb­ora os números não refli­tam a mudança de posi­ciona­mento, irão refle­tir muito em breve, começamos a sen­tir uma dis­posição do Estado em enfrentar o crime e em res­gatar sua autoridade.

Esse é o difer­en­cial. As polí­cias mil­i­tar e civil são as mes­mas exis­tente até 31 de dezem­bro pas­sado, ainda não foi incor­po­rado um homem ao efe­tivo, as oper­ações poli­ci­ais, até o local das blitze são os mes­mos, o que há de difer­ente é a voz de comando de enfrenta­mento à criminalidade.

Esse é o ponto pos­i­tivo e que, acred­i­ta­mos, não tar­dará a apre­sen­tar resultados.

O gov­erno do Maran­hão, ao menos ao que me parece, enten­deu (antes tarde que nunca), a urgên­cia em res­gatar a autori­dade do Estado, repito. Essa é uma bal­iza impor­tan­tís­sima no com­bate à vio­lên­cia, parte do pres­su­posto óbvio de que ban­dido é ban­dido e polí­cia é polí­cia. E que a segunda não pode pare­cer ou ser leniente no papel que tem pois, assim agindo, o pre­juízo é de toda a sociedade.

Não esta­mos aqui, nem de longe, defend­endo uma polí­cia vio­lenta e indifer­ente à as nor­mas legais, pelo con­trário, defend­emos cor­rege­do­rias fortes e atu­antes, que evitem, coíbam e punam quais­quer abu­sos. Entre­tanto, é urgente que respei­tando a lei, as polí­cias ajam com firmeza con­tra a crim­i­nal­i­dade. Além de urgente é necessário.

Ao meu sen­tir as medi­das imple­men­tadas pelo gov­erno do estado, ado­tadas logo no seu ini­cio cam­in­ham neste sen­tido. No sen­tido de preencher essa laguna e elim­i­nar o aban­dono que essas forças de segu­rança sen­tiam ao desem­pen­har sua missão.

As medi­das de for­t­alec­i­mento das forças poli­ci­ais, parece-​me que no total três, den­tre as quais aquela que garante a defesa do agente poli­cial. no desem­penho de suas funções reg­u­lares, pela Procuradoria-​Geral do Estado não rep­re­sen­tam, como querem seus críti­cos, “licença para matar”. Longe disso, como disse em texto ante­rior, rep­re­sen­tam uma garan­tia aos bons poli­ci­ais, aos que arriscam a vida na defesa da sociedade, esta­tuindo que não estarão soz­in­hos diante dos fatos que ocor­rerem em razão de suas ativi­dades legais.

Entendo não fazer sen­tido a inter­pre­tação de que tais medi­das teriam o condão de ofi­cializar, por parte do Estado do Maran­hão, uma poli­cia que mata antes e per­gunta depois. Os exces­sos exis­tentes dev­erão ser coibidos através de apu­ração séria por parte dos órgãos de con­t­role interno, do Min­istério Público, e coibidos a par­tir de ações judiciais.

Medida grave para a segu­rança pública tem sido as práti­cas insti­tu­cional­izadas, e ampli­adas nos últi­mos anos, em que o Estado tenta se dis­tan­ciar e se desvin­cu­lar do agente por ele incumbido de com­bater a vio­lên­cia como se não tivesse nada com isso. Essa prática, somos todos teste­munhas e víti­mas, tem se mostrado danosa, nefasta e con­tribuído para o grande números de poli­ci­ais cor­rup­tos e ali­a­dos do crime.

O gov­erno acerta em cor­ri­gir essa dis­torção e chamar para si essa respon­s­abil­i­dade. Não só por trans­mi­tir ao poli­cial a segu­rança de que ele pos­sui uma reta­guarda e que rep­re­senta o Estado quando desem­penha suas funções, como tam­bém para que o Estado saiba os proces­sos que seus agentes respon­dem e pos­sam fazer uma defesa con­sis­tente, evi­tando assim, que con­de­nações virem títu­los exec­u­tivos con­tra si sem que tenha tomado ciên­cia e ado­tado quais­quer medi­das antes.

Não temos dúvida que muito ainda pre­cisa ser feito, como treina­men­tos, como o uso da tec­nolo­gia pelas polí­cias, como o con­t­role mais per­ma­nente e efe­tivo da ativi­dade poli­cial, etc.

Entre­tanto, final­izo dizendo que, em que pese os números da vio­lên­cia no mês de janeiro terem sido bem semel­hantes aos números que se reg­is­travam até 31 de dezem­bro, acred­ito que estes mudarão ao longo do ano. É per­cep­tível uma maior dis­posição das forças de segu­rança no com­bate ao crime o que tem servido para aumen­tar a sen­sação de segu­rança da sociedade.

Isso, entre out­ras coisas, já é algo de pos­i­tivo acontecendo.

Abdon Mar­inho é advogado.

SON­HOS, ENGO­DOS E DECEPÇÕES.

SONHOS, ENGO­DOS E DECEPÇÕES.

Já con­tei aqui a história de um amigo muito querido que se tornou sím­bolo de toda a ban­dal­heira pro­movida pelo gov­erno da com­pan­heirada den­tro da Petro­bras. Deu-​se o seguinte: bus­cando um inves­ti­mento seguro para uma aposen­ta­do­ria con­fortável ele aten­deu ao apelo do gov­erno e usou suas econo­mias e, junto com parte do FGTS, com­prou ações da empresa.

Ele, assim como tan­tos out­ros, lamen­taram não poder usar mais recur­sos do Fundo de Garan­tia e assim com­prar mais ações da empresa pois estaria, não só garan­ti­ndo uma aposen­ta­do­ria tran­quila, como aju­dando o país e evi­tando que as ações da empresa sím­bolo da nação caíssem nas mãos dos espec­u­ladores internacionais.

As últi­mas notí­cias dão conta que ele, por con­fiar nas palavras do gov­erno, está amar­gando, em din­heiro de hoje, um pre­juízo de quase 80% (oitenta por cento) do cap­i­tal investido, se con­sid­er­ar­mos a desval­oriza­ção dos títu­los e o que pode­ria ter auferido com a cor­reção do saldo do fundo.

Lem­brava deste episó­dio ao refle­tir sobre o comu­ni­cado ofi­cial feito pela Petro­bras de que decidira can­ce­lar em defin­i­tivo a con­strução das refi­nar­ias Pre­mium I e II, a primeira no Maran­hão e a segunda no Ceará, depois das mes­mas terem con­sum­ido quase 3 bil­hões de reais, dos quais, mais de 2 bil­hões na planta do municí­pio maran­hense de Bacabeira.

A Refi­naria Pre­mium I de Bacabeira foi apre­sen­tada como a redenção do Maran­hão. Um inves­ti­mento que serviria para catal­isar diver­sos out­ros e reti­rar o estado das últi­mas posições em tudo que é indi­cador já inven­tado. Só empre­gos, seriam mais de meio mil­hão. Os mais ufanistas diziam que o desen­volvi­mento no entorno do empreendi­mento ofus­caria até a cap­i­tal do estado.

Rev­elei inúmeras vezes, desde a inau­gu­ração da pedra fun­da­men­tal – um ato politico feito com o claro propósito de turbinar a cam­panha da ex-​governadora Roseana Sar­ney e seus ali­a­dos no estado e, ainda, da então can­di­data Dilma Rouss­eff –, min­has descon­fi­anças com o projeto.

Sem­pre torci para está errado, que de fato con­struíssem a dita refi­naria e aju­dassem o Maran­hão como um todo, e prin­ci­pal­mente, as regiões do seu entorno do atraso de uma vida.

Não eram descon­fi­anças infun­dadas. Me per­gun­tava como iriam con­struir três refi­nar­ias de uma vez no nordeste. Primeiro que a Abreu e Lima, em Pernabuco, com obras mais avançadas já con­sumia muitos recur­sos, saltando de uma pre­visão de gas­tos ini­ci­ais de US$ 2 bil­hões de dólares para quase US$ 30 bil­hões de dólares. Segundo, onde iriam achar tanto petróleo para refi­nar. Ainda mais quando os venezue­lanos, que se com­pro­m­e­teram entrar de sócios no negó­cio e que arcariam com metade dos inves­ti­men­tos, o aban­donaram. Esper­tos esses ali­a­dos, viram mais rápido que os brasileiros que se tratavam de um negó­cio des­ti­nado a enricar a muitos espertalhões.

Outra par­tic­u­lar­i­dade do empreendi­mento que des­per­tava min­has reser­vas era o fato de tais pro­je­tos: as duas refi­nar­ias, Maran­hão e Ceará, não faz­erem parte de plane­ja­men­tos mais anti­gos. Uma refi­naria, ao menos em qual­quer lugar sério do mundo, demanda anos e anos de estu­dos e planejamento.

A primeira vez que falaram nas duas refi­nar­ias foi em 2009. Já em 2010 estavam, às vésperas da eleição que reelegeu Roseana Sar­ney e elegeu Dilma Rouss­eff, os grandes da República, reunidos em Bacabeira, para o lança­mento da pedra fun­da­men­tal. Em resumo, o empreendi­mento tinha todas as car­ac­terís­ti­cas de um golpe eleitor­eiro. O que o tempo acabou por confirmar.

Infe­liz­mente, mais uma vez, escol­heram a pop­u­lação de Rosário e Bacabeira como suas víti­mas mais dire­tas. A mesma região que ainda con­serva, próx­imo ao can­teiro da refi­naria, os escom­bros do um dia foi chamado do Pólo de Con­fecções de Rosário, tam­bém chamado, à época, de a primeira redenção da região e não pas­sou de um golpe que tomou din­heiro público e deixou inúmeras famílias endi­vi­das. Hoje os escom­bros da refi­naria olha para os escom­bros do pólo de confecções.

Movido por essas descon­fi­anças e pela falta de din­heiro declinei dos vários con­vites que me fiz­eram para com­prar ter­renos, vender alguma coisa e inve­stir, etc.

Difer­ente de mim – que descon­fiei do dis­curso sal­va­cionista do então pres­i­dente Lula e seus próceres, pois via que os empreendi­men­tos não tin­ham sus­ten­tação, que o Brasil não era essa nova Arábia Sau­dita, que ven­diam –, muitos brasileiros acred­i­taram no gov­erno e inve­sti­ram parte de seu patrimônio, senão todo, em pro­je­tos no entorno da refi­naria, muitos brasileiros, aban­donaram seus esta­dos de ori­gens, suas famílias e cor­reram para a nova fron­teira econômica que se descorti­nava no Maran­hão. Muitas famílias colo­caram seus fil­hos para faz­erem cur­sos volta­dos para área com a certeza de emprego garan­tido. Essas famílias, perderam din­heiro, esses jovens perderam um tempo precioso.

Um amigo me dizia, outro dia, que sem­pre descon­fiou, assim como eu, do pro­jeto, mas que tinha um fio de esper­ança de que o mesmo fosse em frente, prin­ci­pal­mente depois de todo o din­heiro gasto.

O fim da refi­naria, é com certeza o fim do sonho e das econo­mias de muitos cidadãos.

Os políti­cos do Maran­hão, uns com cin­ismo, uns com opor­tunismo, out­ros como inocentes inúteis, falam em cer­rar a fileira pela refi­naria. Muitos destes que falam em protestos sabiam que as reais chances do pro­jeto ir em frente eram nulas, que não pas­sava de bil­ionário golpe com fins políticos-​eleitorais e ten­tam fugir do lin­chamento moral. Os demais querem mesmo é ter algum discurso.

Acred­ito que suas excelên­cias dev­e­riam gas­tar suas ener­gias neste começo de leg­is­latura para bus­car pro­je­tos de com­pen­sação ou para dis­cu­tir algum mod­elo de desenvolvimento.

Emb­ora a ban­deira da refi­naria possa ren­der muitos dis­cur­sos, o debate deve ser travado com um mín­imo de realismo.

A situ­ação Petro­bras, em que pese a mel­hora momen­tânea, por conta da demis­são de sua dire­to­ria, está longe de ser con­fortável: o roubo de seus ativos por empresários, políti­cos e fun­cionários, alcança uma cifra ainda longe de ser cal­cu­lada, mas que se sabe, alcança mais de uma cen­tena de bil­hões de dólares; o valor de mer­cado da reduzido a metade; a infinidade de ações de cidadãos que sofr­eram pre­juí­zos dev­ido aos des­falques que todos con­hecem. A isso, some-​se o cenário inter­na­cional: o bar­ril de petróleo que ameaçava chegar a US$ 150 dólares, hoje, chega a pouco mais de US$ 40 dólares; a retração da econo­mia mundial; a explo­ração por diver­sos países de out­ras fontes de ener­gia. Tudo isso con­tribui para mostrar que a empresa brasileira, se a par­tir daqui fizer tudo certo, ainda levará um tempo con­sid­erável, para se recu­perar. A explo­ração do pré-​sal, com os preços do petróleo no mer­cado inter­na­cional, não será um negó­cio muito vantajoso.

Diante toda essa crise não vejo como ter­mos sucesso na luta retomar as obras da refi­naria de Bacabeira. Nem agora, nem num futuro breve. Talvez daqui a 20 anos. Se o empreendi­mento ense­java descon­fi­anças, com o preço do bar­ril do petróleo nas alturas, a ideia do pré-​sal era apre­sen­tada como a nova fron­teira e as ações da empresa “bom­bavam” nas bol­sas de val­ores do mundo, chegando a alcançar um pico de até R$ 70 reais isso quando o litro da gasolina era pouco mais de um real.

A real­i­dade hoje é total­mente diversa. Ape­nas para citar um exem­plo, ainda com o aumento das ações da empresa, o valor de uma ação com­pra pouco mais de dois litros de gasolina.

Como sug­estão aos nos­sos par­la­mentares, talvez devessem bus­car uma expli­cação, plausível, para o fato de uma ação da empresa não ser sufi­ciente para com­prar três litros de gasolina enquanto o bar­ril de petróleo, que alcançou mais de 100 dólares, não valer a metade do que valia.

Talvez devessem se per­gun­tar que auto-​suficiência é essa.

Abdon Mar­inho é advogado.

VALE A PENA VER DE NOVO: DEGRADAÇÃO MORAL E ENGODO.

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O líder do gov­erno, a imprensa e a oposição maran­hense estão mentindo ao afir­marem que a petro­bras, par­al­isou as obras da refi­naria pre­mium de Bacabeira. Mentem, mentem deslavada­mente. Não digo isso com desapreço por eles não, sequer conheço-​os em pro­fun­di­dade. Entre­tanto eles mentem.
Sou obri­gado a acred­i­tar e a dizer isso porque senão sou obri­gado a denun­ciar o maior este­lion­ato eleitoral da história do Brasil, senão serei obri­gado denun­ciar que o Brasil se tornou uma republi­queta de bananas, senão serei obri­gado a denun­ciar que as maiores autori­dades deste país e deste estado são uns degen­er­a­dos morais indifer­entes a quais­quer con­ceitos éti­cos.
Vejam a foto. Nela temos um Pres­i­dente da República, o Sr. Lula, temos uma can­di­data a Pres­i­dente da República e min­is­tra de estado, a Sra. Dilma, uma gov­er­nadora e can­di­data a reeleição, a Sra. Roseana, o pres­i­dente do Con­gresso Nacional, o Sr. Sar­ney, min­istros de esta­dos, senadores, dep­uta­dos fed­erais e estad­u­ais e diver­sas out­ras autori­dades, se olhar­mos bem até a ex-​prefeita de Paço do Lumiar, Sra. Bia Venân­cio se fez pre­sente.
Naquele evento essas autori­dades, as maiores do país anun­cia­ram com hon­ras e pom­pas a con­strução da refi­naria. Anun­cia­ram mil­hares de empre­gos para a juven­tude maran­hense, anun­cia­ram a redenção do Maran­hão, o fim da mis­éria, uma nova era de desen­volvi­mento e pros­peri­dade.
Pois bem, agora apare­cem \«esses mer­cadores de pes­simismo\» dizendo que estão desmon­tando o can­teiro de obras, que a refi­naria não mais acon­te­cerá. Como é pos­sível? Que dizer que um Pres­i­dente da República anun­cia uma obra, um pro­jeto e tudo não pas­sava de uma farsa? Um teatro com vis­tas as eleições? Estavam ali todos ensa­ia­dos para enga­nar o povo? É isso?
Uma refi­naria exige-​se estu­dos imen­sos, tanto de via­bil­i­dade quando téc­nico. Não é pos­sível que não ten­ham pre­ce­dido disso. Não tinha estudo? Não tinha pro­jeto? Como então ini­cia­ram as obras? Ah, fazia parte do teatro para enga­nar os bestas? Mais se investiu mil­hões e mil­hões de reais, quem arcará com esse pre­juízo?
Me custa acred­i­tar nisso. Que as autori­dades estavam fazendo teatro para enga­nar o povo e fat­u­rar uma eleição. Me custa porque será o retrato fiel e acabado que atingi­mos o fundo do poço insti­tu­cional. Uma ver­gonha sem parâmetro, uma fraude sem prece­dentes. Autori­dades da República não podem par­tic­i­par deste tipo de engodo. O insin­uam, entre lin­has, é que o Sr. Sar­ney teria chegado para o Sr. Lula e dito: \«Meu irmão de alma, a coisa \“tá\» feia lá no Maran­hão para a Roseana, \«vamo lá\», rúné aí seu povo, e vamos dizer que ire­mos con­struir uma grande refi­naria no Maran­hão, tão grande que será chamada pre­mium, latin sem­pre impres­siona, lev­a­mos todos os nos­sos can­didatos, tu leva a Dilma e aí a gente ganha a eleição\». Insin­uam que o Sr. Lula nem pes­tane­jou, foi logo dizendo: \«É isso mesmo com­pan­heiro, Sar­ney, vamos pegar um destes pro­je­tos emprestado do Eike Batista e vamos lá, o povo do Maran­hão acred­ita mesmo em tudo, ainda mais se for dito por mim, enganamos os bestas e ainda sobra uns vot­in­hos para a Dilma\». Pois é, só fal­tam dizer que foi isso. Tudo com­bi­nado para enga­nar os incau­tos. Não acred­ito que ten­ham chegado a isso. Deve ser tudo invenção desses inimi­gos do Maran­hão, destes inimi­gos do país.
Caso isso fosse ver­dade, cer­ta­mente teríamos man­i­fes­tações públi­cas de repú­dio de enti­dades de classe, sindi­catos e da pop­u­lação em geral. Teríamos man­i­fes­tação de repú­dio e cobrança de expli­cações dos nos­sos rep­re­sen­tantes na Assem­bleia e no Con­gresso Nacional. Caso fosse ver­dade que desmon­taram o can­teiro de obras, cer­ta­mente o Min­istério Público Fed­eral, tão dili­gente, já teria pedido infor­mações aos min­istros da área, à presidên­cia da Petro­bras e a quem mais coubesse con­hecer do assunto. Será que já fiz­eram isso? O que dizem as autori­dades? Qual a razão do silên­cio de todos?
Tem algo que não canso de me per­gun­tar: Será que todos perderam a ver­gonha na cara? Fazem e acon­te­cem sem o mín­imo de con­strang­i­mento, fica o dito pelo não dito. É capaz de todos que apare­cem na foto do maior empreendi­mento do Maran­hão, ao virem aqui em seus roteiros de cam­pan­has, só apare­cem mesmo para isso, sequer serem inda­ga­dos sobre a razão da par­al­isação das obras, sobre o desmonte dos can­teiros, sobre o engodo. Pelo con­trário, serão todos fes­te­ja­dos, adu­la­dos, lou­va­dos, etc. Faz muito tempo que o povo maran­hense perdeu a com­pos­tura, não fiz­eram foi se dá conta disso.
Abdon Mar­inho é advo­gado (texto pub­li­cado em 6 de março de 2013).