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ROSEANA QUER MESMO LOBÃO FILHO?

Escrito por Abdon Mar­inho

ROSEANA QUER MESMO LOBÃO FILHO?

Os veícu­los de comu­ni­cação que fazem a cober­tura política são, na sua maio­ria, mais difu­so­ras de boatos, que pro­pri­a­mente, a ver­dade dos fatos ou das fatos que ocor­rem nos basti­dores do poder. E, con­forme a con­veniên­cia da ala política que defende, as infor­mação difun­di­das pas­sam é longe do que poderíamos chamar de ver­dade. Como ocorre em toda eleição, criou-​se a ver­dade de cada um. Assim, emb­ora insis­tentes os boatos sobre os desen­tendi­men­tos entre a atual inquilina do Palá­cio dos Leões e o seu can­didato ofi­cial ao gov­erno do Maranhão.

A última aparição da gov­er­nadora com o can­didato, até onde sei, foi dia 22 de julho. Neste dia parece que que o clima era de con­frat­er­niza­ção, tanto que a gov­er­nadora posou com o can­didato ao gov­erno, ao senador e mais algu­mas dezenas de prefeitos fazendo a saudação nazista. Se em política um dia é uma eternidade o que dizer de quase uma semana?

O que se noti­cia é que após o mise-​en-​scèné o clima voltou a arder entre os ali­a­dos. Será verdade?

Não con­heço ou tenho relação com quais­quer dos per­son­agens e tam­pouco tenho infor­mações sobre o que se passa nos intra­muros pala­cianos, entre­tanto, os fatos me sug­erem inda­gar a per­gunta do título: \«Roseana quer mesmo Lobão Filho?\»

Podemos ir além e inda­gar até onde iria seu inter­esse em batal­har a árdua guerra eleitoral para fazê-​lo gov­er­nador e o que gan­haria com isso?

Vamos aos fatos.

O sub­grupo da gov­er­nadora, como é sabido de todos, pos­suía um can­didato, o ex-​prefeito de São José de Riba­mar, Luís Fer­nando Silva. O pro­jeto de ren­o­var o grupo através de alguém de fora do con­glom­er­ado famil­iar já vinha desde a primeira eleição dele no municí­pio bal­neário. À frente do municí­pio, por méri­tos próprios, mas tam­bém com grande ajuda do staff sar­ne­y­sista em Brasilia, pos­si­bil­i­tando que o prefeito de um municí­pio cas­ti­gado por admin­is­trações desas­trosas e de pou­cas real­iza­ções viesse a tornar-​se um mod­elo de gestor público.

Alçada ao gov­erno por conta da cas­sação do gov­er­nador Jack­son Lago, Roseana, logo que pode, fê-​lo renun­ciar ao mandato de prefeito, para o qual fora reeleito, trazendo-​o para o gov­erno na condição de escol­hido para a sucessão. Aumentando-​lhe o poder à medida que a eleição se aproximava.

Até renun­ciar à indi­cação da can­di­datura e ao cargo secretário, exceto por alguns nichos, Luís Fer­nando era o gov­er­nador de fato do Maran­hão. E seria de dire­ito, pela von­tade da gov­er­nadora, não fosse a guerra pelo poder den­tro do grupo que sepul­tou o sonho de dis­putar o mandato de gov­er­nador no cargo, como can­didato a reeleição. Para isso a gov­er­nadora moveu as pedras cer­tas, fez o vice-​governador renun­ciar e assumir o cago de con­sel­heiro do TCE e nego­ciou até o lim­ite do aceitável sua própria renún­cia. O pro­jeto ficou na intenção e na frus­tração de alguns, pois, como sabe­mos, não deu certo.

O jogo bruto de intri­gas e traições visando a descon­strução da can­di­datura de Luís Fer­nando, começara bem antes, acho que desde que os diver­sos sub­gru­pos começaram a perce­ber que em um gov­erno dele não teriam a mesma desen­voltura para os \«negó­cios\» que tem na atual for­matação e que pode­riam ter se fosse o outro o can­didato do grupo.

Já em julho/​agosto começaram a “puxar o tapete” do can­didato pre­vi­a­mente escol­hido pela gov­er­nadora, atingindo seu ápice em março/​abri de 2014, quando o can­didato viu que não reuniria as condições para ser can­didato ainda que con­tasse com a gov­er­nadora como madrinha no cargo.

Ora, como visto, o can­didato do sub­grupo da gov­er­nadora den­tro grupo Sar­ney era outro. Roseana e mais a “tor­cida do Fla­mengo, Vasco, Corinthi­ans e do Sam­paio”, jamais cog­i­taram a can­di­datura do senador Lobão Filho. Aliás, ninguém com exper­iên­cia política ou que acom­panha a história do estado ousara imag­i­nar a can­di­datura. Quando ele se ensaiou para candidatar-​se ao senado já se achou que era brin­cadeira, ao gov­erno, nem se fale. Uma grande parcela da sociedade, da oposição, da situ­ação e os cidadãos comuns, ainda não acred­i­tam pia­mente que a can­di­datura dele seja para valer, acham que renun­ciará e será sub­sti­tuído. Há até quem acred­ite que o próprio Luís Fer­nando possa ainda vir a ser candidato.

Logo que a can­di­datura do senador foi lançada – prin­ci­pal­mente por este lança­mento ter sido artic­u­lado pelas raposas mais felpu­das da política maran­hense e nacional, Sar­ney, Lula, Lobão Dilma e out­ras estre­las –, imag­inei que a can­di­datura fosse uma escolha téc­nica, escu­d­ada em pesquisas qual­i­ta­ti­vas, em uma artic­u­lação plane­jada passo a passo, voto a voto, com todas as minú­cias que um empreendi­mento de alto risco requer. A par­tir de uma declar­ação do senador Lobão, uma das fig­uras mais argutas da política nacional, pas­sei a ques­tionar se essa escolha fora mesmo téc­nica. A declar­ação de amor extremo que para muitos pare­ceu um fato a agre­gar mais qual­i­dade. A mim, ao menos, pare­ceu que a can­di­datura fora mais uma escolha emo­cional que téc­nica. Como uma espé­cie de pre­sente de um pai extremoso a um filho querido. Um ato de amor devotado a igno­rar defeitos. A beleza vista pelos olhos de quem ama.

Os vários des­en­con­tros entre a gov­erno e a can­di­datura, as críti­cas áci­das do can­didato ao gov­erno, inclu­sive com dando infor­mações capazes de con­stranger a gov­er­nadora parece com­pro­var isso. O can­didato, até aqui não tem con­seguido se aju­dar ou a aju­dar a cam­panha, os aux­il­iares menos ainda, basta ver as peças pub­lic­itárias com o can­didato com a “mão grande” sobre o Maran­hão cul­mi­nado com o mau gosto da saudação nazista por onde passa.

Se por um lado o can­didato mais se atra­palha que ajuda, por outro, o gov­erno não tem cumprido com suas “obri­gações\» com a can­di­datura ofi­cial ou seja o gov­erno ape­sar dos recur­sos em caixa não tem cor­rido com as obras que pode­riam moti­var a \“trupe\» do can­didato ofi­cial na defesa do gov­erno. O que se vemos, em quase todo o Maran­hão, são as obras públi­cas, dezenas delas com ordens de serviços assi­nadas desde o começo do ano, par­al­isadas ou sendo feitas a passo de cágado, sem con­tar com a qual­i­dade que fica devendo ao sofrível. Ape­sar disso, justiça seja feita, tanto a par­al­isação, qual­i­dade ou falta de paga­men­tos, não se deve tanto por “culpa” de Roseana. Na ver­dade, faz tanto tempo que ela exerce o mandato ape­nas no aspecto for­mal, que com a saída de Luís Fer­nando que era o gov­er­nador de fato – com as ressal­vas de alguns nichos, como é o caso da saúde, onde o secretário abriu até mão de uma eleição certa para dep­utado para con­tin­uar no comando pelo tempo que ainda durar o gov­erno da cun­hada –, que não sabem como “tocar o barco” que fora pro­gra­mado por e para o outro. A chi­adeira dos empresários, prefeitos e demais ali­a­dos é grande, muitos, como não recebem nada, têm medo de tocar as obras con­tratadas e não rece­berem. Como isso, as moedas não tilin­tam nos caixas das campanhas.

Com a saída da pes­soa que man­dava e o fato de não terem encon­trado alguém para exercer esse papel, o gov­erno tem se ressen­tido disso, desta falta de comando, de alguém que coloque a máquina para fun­cionar no ritmo que vinha fun­cio­nando ou algo bem aproximado.

O que resta saber – e acho que é isso que o can­didato pensa –, se ao insi­s­tirem na par­al­isia do gov­erno, isso é feito para prejudicá-​lo, com delib­er­ada intenção, pois ape­sar do jogo de cena, da gov­er­nadora até haver se com­pro­metido com a saudação nazista, as coisas con­tin­uam sem acon­te­cer. Leia-​se: repasse das obras con­ve­ni­adas aos municí­pios, paga­men­tos aos empre­it­eiros, pressão do gov­erno sobre os ali­a­dos, e out­ras coisas mais.

Quando a gov­er­nadora, não tendo con­seguido con­duzir a eleição indi­reta para o seu pro­jeto, decidiu ficar no gov­erno, disse que ela não pen­duraria seus sap­at­in­hos, de grife, claro, que ninguém é de ferro, nesta eleição. Ia além, dizia que ela pre­tende voltar a se can­di­datar aos gov­erno em 2018, desta vez numa arru­mação com a outra ala da família, a Murad.

Den­tro desta per­spec­tiva faz sen­tido a insat­is­fação e as críti­cas que faz o can­didato a inér­cia do gov­erno em relação a sua campanha.

Numa even­tual vitória de Lobão Filho ficaria impos­sível para ela em con­sór­cio com os Murad retornarem ao gov­erno. O que não acon­te­cerá caso a vitória de Flávio Dino. Dependo do seu gov­erno as chances dela se ampliam, prin­ci­pal­mente, se a mudança propal­ada, até aqui o prin­ci­pal eleitor da oposição, não ocor­rer ou ficar muito aquém do esper­ado. Talvez Roseana esteja apo­s­tando no fra­casso da oposição no gov­erno. Estará certa?

Abdon Mar­inho é advogado.

ESTARIA EM CURSO A QUARTA MORTE DE JACK­SON LAGO?

Escrito por Abdon Mar­inho

ESTARIA EM CURSO A QUARTA MORTE DE JACK­SON LAGO?

Antes de deixar este plano de existên­cia o ex-​governador Jack­son Lago teve duas mortes. A primeira foi a artic­u­lação des­en­cadeada pelos poderosos da República que lhe apeou do cargo de gov­er­nador dois anos após sua eleição. A segunda morte foi o processo eleitoral de 2010, em que muitos com que pen­sava con­tar e que se servi­ram do seu curto gov­erno lhe abandonaram.

Em ambas as mortes pre­de­ces­sora da morte física ele con­tou com o seu par­tido. Salvo umas defecções aqui e ali seus com­pan­heiros de cam­in­hada estiveram com ele. Quando lhe sobreveio o morte física, que muitos dizem ter sido abre­vi­ada por conta das duas mortes ante­ri­ores, o seu par­tido não aceitou o funeral de Estado que pro­puseram os adver­sários, preferindo velar-​lhe o corpo na histórica sede do par­tido na Rua dos Afo­ga­dos, 408, no Cen­tro de São Luís, ape­sar de todo descon­forto que cau­sa­dos aos mil­hares de ami­gos, cor­re­li­gionários e mil­i­tantes que dese­javam dar-​lhe o último adeus.

Faço esse breve ret­ro­specto ape­nas para dizer que muito me custa acred­i­tar que esteja em curso a quarta morte do velho líder e fun­dador nacional do partido.

Outro dia li numa matéria do jor­nal­ista Roberto Kenard de que o PDT de Jack­son e Brizola estaria cam­in­hando para um apoio ao senador Edi­son Lobão Filho ao gov­erno do Maran­hão. Trata-​se de uma infor­mação rel­e­vante, prin­ci­pal­mente por que divul­gada em primeira mão e com riqueza de ele­men­tos por um jor­nal­ista sério e não por um dos tan­tos aven­tureiros que ape­nas con­hecem as vogais e escrevem o que lhe man­dam, mas sim de alguém que tem apreço pela notí­cia e pela ver­dade dos fatos.

A mesma noti­cia foi con­fir­mada pelo próprio senador-​candidato em reunião com diver­sos par­tidos, segundo noti­ciou uma emis­sora de rádio. A vaga de can­didato a vice-​governador ofer­e­cida ini­cial­mente ao Par­tido dos Tra­bal­hadores — PT, seria a moeda de troca, assim como a indi­cação do dep­utado do PDT do Maran­hão para a vice-​liderança do gov­erno fed­eral. O pré-​candidato informa, ainda segundo a emis­sora, que a artic­u­lação para atrair os tra­bal­his­tas para o seu arco de aliança envolve­ria a cúpula dos par­tidos a nível nacional. Ele não disse, mais não tem como escapar a con­clusão, que essa artic­u­lação envolve­ria tam­bém a cúpula do PT, tendo sido esta a real razão de desi­s­tirem da vaga de vice, numa arru­mação que pegou de sur­presa até a direção estad­ual do par­tido que um dia antes, com festa e fan­farra, escol­hera seu can­didato, para con­cor­rer como vice-​governador.

Assim como as cúpu­las par­tidárias (Leia-​se: Sar­ney e Lula), decidi­ram mover céus e ter­ras pela cas­sação de Jack­son Lago – e fiz­eram isso desde o primeiro dia de mandato, criando toda sorte de obstácu­los e fac­tódes na mídia, insu­flando e colo­cando todos con­tra o seu gov­erno –, mais uma vez essas cúpu­las, acrescida agora da cúpula do PDT se unem para ten­tar, a rev­elia do povo, decidi­rem os des­ti­nos do Maran­hão. Para essas cúpu­las par­tidárias o povo e seus sen­ti­men­tos são ape­nas detalhes.

Assim como, para qual­quer um, pare­cia uma ousa­dia sem tamanho a apre­sen­tação do senador Lobão Filho como can­didato à sucessão, do mesmo modo, parece um despropósito ver­mos no palanque do can­didato do PMDB as lid­er­anças do PDT do estado. Sig­nifica dizer que a política brasileira atingiu o mais baixo está­gio de decadên­cia, onde em nome de con­veniên­cias momen­tâneas e inter­esses sub­al­ter­nos tudo pode acon­te­cer, todo tipo de acordo e aliança é aceitável.

Numa ótica cidadã, não tem como se con­ce­ber que aque­las pes­soas que estavam, não faz muito tempo, acam­pa­dos às por­tas do Palá­cio dos Leões em resistên­cia pelo mandato do líder ameaçado, este­jam hoje cog­i­tando ren­der hom­e­na­gens aque­les que estavam na posição de algo­zes. Aque­les que prom­e­teram dar o sangue con­tra o que chamavam de vio­lên­cia, ven­ham pedir votos jun­tos e irmana­dos em um só propósito. Então a “bal­a­iada” fora de época era só encenação?

Os mais descara­dos dirão que o próprio Jack­son Lago con­frat­er­ni­zou com o grupo Sar­ney em 2000. É ver­dade, acon­tece que a situ­ação após abril de 2009 é total­mente difer­ente. A par­tir da eleição de 2006 tive­mos uma cam­panha insidiosa e cruel con­tra Jack­son Lago e con­tra seu gov­erno, estes opos­i­tores não deram-​lhe um momento sequer de trégua. Pode-​se até dis­cu­tir se foram jus­tas ou injus­tas, as cam­pan­has e os ataques, qual­quer outro par­tido até pode apoiar este ou aquele can­didato do PMDB – aqui sequer se dis­cute o mérito dos can­didatos, se A é mel­hor que B ou vice-​versa –, jamais este cujo pas­sado torna ina­ceitável essa união. Caso a mesma venha ocor­rer, necessário que se cobre uma posição do par­tido, uma autocrítica pública, recon­hecendo que estiveram esses anos todos erra­dos e que, inclu­sive, a cas­sação, chamada de golpe judi­ciário, ao menos na ótica do par­tido, foi um ato de per­feita justiça.

Não há como aceitar que se faça difer­ente. Não pode sim­ples­mente as cúpu­las par­tidárias decidi­rem, como se aparta gado que se diga, quem fica com quem, sem se impor­tar com o pas­sado, com o pre­sente ou com futuro.

O caráter nacional dos par­tidos políti­cos, emb­ora impos­tos legal­mente as instân­cias infe­ri­ores, não des­o­briga que recon­heçam as pecu­liari­dades de cada local. No caso pre­sente não vejo como o diretório estad­ual, seus fil­i­a­dos e mil­i­tantes ven­ham aceitar tal imposição pois con­trária não só ao posi­ciona­mento histórico do par­tido como tam­bém seria con­ceder aos algo­zes do mesmo razão a tudo que fizeram.

Após ler a matéria e ouvir a con­fir­mação do senador no rádio per­gun­tei a um amigo, mil­i­tante político e que serviu no gov­erno do PDT o que ele achava de tal aliança. Ele olhou para mim com olhar incré­dulo e per­gun­tou: “Isso, é alguma piada?”

Se nas mortes ante­ri­ores Jack­son Lago teve o apoio dês seus com­pan­heiros e ali­ado, nesta quarta morte seriam eles próprios a empun­har a adaga o liq­uidar mais uma vez. Cos­tumo dizer que eleição, gan­hando ou per­dendo, não serve de esponja para apa­gar o pas­sado de ninguém.

Se parar­mos para anal­isar esses fatos da política maran­hense ficamos com uma certeza: se os bois ainda não começaram a voar sobre as praças das cidades, decerto que não tar­dará a acontecer.

Abdon Mar­inho é advogado.

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ROTINA DE CRIME E IMPUNIDADE.

Escrito por Abdon Mar­inho

ROTINA DE CRIME E IMPUNIDADE.

A sequência de violência con­tra a mul­her já é algo que não sur­preende ninguém. Não há um dia em que não se tenha notícia de um assas­si­nato, de uma agressão, de uma exploração. Em alguns dos nos­sos escritos já trata­mos deste assunto. Aliás essa é uma estatística feita na casa das horas, minutos…

Na segunda-​feira pas­sada, dois dias após a comem­oração ao dia Inter­na­cional da Mul­her, mais um crime con­tra uma mul­her, uma jovem, ado­les­cente, quase criança de 14 anos, assom­brou a sociedade. Assas­si­nada pelo ex-​namorado, teve como difer­en­cial ape­nas a certeza que esse, ficará na impunidade, na eterna impunidade brasileira. Não que muitos out­ros não fiquem. Essa, aliás é a regra. Só que neste caso, impera a certeza que o crim­i­noso não respon­derá, como dev­e­ria. pelo bárbaro assas­si­nato, cumprirá, no máximo três anos de internação, quando sairá, livre, leve e solto e sem nada na sua ficha criminal.

Pois é, como já perce­beram esta­mos falando, mais uma vez, de crimes cometi­dos pelos nos­sos já famosos \«de menor\», esses jovens que sabem tudo, que podem tudo, inclu­sive matar, tor­tu­rar, traficar e só não podem respon­der pelos seus deli­tos. E usam isso para se tornarem cada vez mais desumanos e cruéis.

D. Rose­mary, mãe de Yor­rally, vai con­viver com o vazio de esperar para sem­pre por sua filha que não chegará do colégio, da rua, do aniversário de algum amigo. Assim como aque­les pais que tiveram o filho assas­si­nado na porta de casa, quando chegava do tra­balho. Assim como tan­tos out­ros pais, irmãos e fil­hos terão que con­viver com a ausência de seus entes queri­dos, terão que con­viver com a certeza que estes entes mor­reram impune­mente. Seus algo­zes não sofrerão a repri­menda da lei.

O menor-​assassino de Yor­rally, estava há dois dias de com­ple­tar 18 anos, assim como o assas­sino do jovem Vic­tor Hugo Depp­man. Ambos sabiam que jamais seriam punidos. Neste último assas­si­nato, o assas­sino com requintes de cru­el­dade, fil­mou a jovem enquanto ela implo­rava, até pelo amor de Deus, que a matasse, e, não só ignorou seus ape­los e a matou, como ainda dis­tribuiu as ima­gens do ato inqualificável aos ami­gos através de men­sagens de celu­lar. Agora você me diz, um cidadão capaz disso não sabia o que fazia? Não tinha con­sciência dos atos? É uma vítima da sociedade e por isso mere­ce­dora do apoio e da com­paixão do Estado? Não deve e não será punido?

Já disse diver­sas vezes que esse tipo de leg­islação que acoberta assas­si­nos, de qual­quer idade, presta um desserviço à sociedade e a própria juven­tude. O que mais temos vis­tos nos últi­mos tem­pos são ado­les­centes, cada vez mais jovens, ingres­sarem no cam­inho do crime. São usa­dos por crim­i­nosos maiores para come­ter seus crimes ou para assumi-​los em seu lugar. Hoje já vemos crianças de dez ou doze anos coman­dando o tráfico de dro­gas, na mesma idade matando e torturando.

As autori­dades brasileiras e algu­mas enti­dades (algu­mas até com rep­utação de sérias) não se dão conta que essa inim­putabil­i­dade aos menores está destru­indo as famílias, cor­rompendo toda a sociedade e gerando situações incon­troláveis. Há inúmeros exem­p­los de pais hon­estos pas­sando pela con­strange­dora e dolorosa situação de terem de entre­gar seus fil­hos crim­i­nosos para as autori­dades por não con­seguirem mais os con­ter. Na outra ponta há pais, par­entes, des­on­estos, obri­g­ando seus fil­hos a delin­quirem, na certeza da impunidade.

Recen­te­mente uma comissão do Senado rejeitou, pro­posta ten­dente a reduzir a maior­i­dade penal para 16 anos. Mais uma vez suas excelências igno­raram o drama social que vive­mos e colo­caram para a sociedade o paga­mento desta conta. Vou além, não acho que uma redução

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de dois anos na maior­i­dade penal rep­re­sente mudança sub­stan­cial. Acred­ito que seria mais proveitoso a redução da maior­i­dade penal pela natureza e gravi­dade do delito inde­pen­dente de idade. Mas isso jamais será feito, nos­sos jovens, desde que menores de dezoito anos, con­tin­uarão com uma licença do estatal, con­sti­tu­cional para con­tin­uarem com suas car­reiras crim­i­nosas sem serem molesta­dos por ninguém.

O Brasil con­tin­uará impondo à sociedade brasileira a respon­s­abil­i­dade e culpa por seus menores crim­i­nosos. Acon­tece que a sociedade, da pior maneira, vem respon­dendo às autori­dades que não são cul­padas pelos crimes cometi­dos e sem con­t­role ou punição estatal, fazem isso tomando para si o papel puni­tivo do Estado e pro­movendo lin­chamen­tos indis­tin­tos. Até inocentes já foram vítimas do jul­ga­mento da turba. É o retorno da barbárie cau­sado por uma leg­islação penal boaz­inha e por um Estado leniente e omisso no desem­penho de seu papel.

Neste mês das mul­heres duas den­tre tan­tas out­ras não terão motivos para comem­o­rar, a jovem Yor­rally, vítima da mais cruel e insana violência e sua mãe, D. Rose­mary, que dora­vante e até o fim de seus dias terá que con­viver com o vazio da ausência impreenchível. D. Rose­mary terá que con­viver com a pior das esperas, a espera dos que não mais virão.

Abdon Mar­inho é advogado.