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PACTO PELA EDU­CAÇÃO, UMA URGÊN­CIA NACIONAL.

Escrito por Abdon Mar­inho

PACTO PELA EDU­CAÇÃO, UMA URGÊN­CIA NACIONAL.

Desde o último domingo que, em maior ou menor escala, o assunto edu­cação gan­hou destaque nas dis­cussões no seio da sociedade, nos debates políti­cos, nas redes sociais.

As pes­soas que acom­pan­ham meus tex­tos são con­hece­do­ras do pro­fundo apreço tema já tendo tratado do mesmo mais de uma vez. A reportagem veic­u­lada, objeto de tan­tos ques­tion­a­men­tos e inda­gações é ape­nas o retrato do todos já sabíamos. O número de 44,4% de esco­las fun­cio­nando em condições indig­nas no país é até gen­eroso. Acred­ito que seja muito maior.

O ar de espanto, alguns dis­cur­sos de suas excelên­cias cobrando providên­cias nos rev­ela duas coisas, primeiro que não con­hece o Estado do Maran­hão, segundo que acham as ima­gens da tele­visão mais con­vin­centes que a real­i­dade que salta os olhos. Acaso não viram o resul­tado do PISA, do ENEM ou da Prov­inha Brasil? Não viram as pesquisas do IBGE apon­tando que no número de uni­ver­sitários anal­fa­betos têm aumen­tado? Que saltou de 2% para 4% nos últi­mos anos?

Ora, não é aceitável que achem que ape­nas aquela escola da “Div­ina Providên­cia” – só mesmo a div­ina providên­cia para aju­dar –, encontra-​se naquela situ­ação. Não, excelên­cias, são inúmeras, já foram retratadas diver­sas vezes na mídia. Aquela é só a que apare­ceu na tele­visão em rede nacional.

Entendo que se em tratando de edu­cação, a respon­s­abil­i­dade é de todos. Somos sabedores que muitos gestores munic­i­pais não zelam pela edu­cação, mas tam­bém somos sabedores de que os poucos que ten­tam não encon­tram apoio seja do gov­erno estad­ual, seja do gov­erno fed­eral. Con­heço diver­sos municí­pios com pro­je­tos para con­strução de esco­las para­dos no MEC e não é de hoje, muitos estão para­dos desde 2009. Ape­nas para se ter uma ideia, a com­ple­men­tação do FUN­DEB para o exer­cí­cio de 2013, ficou em cerca de 30% (trinta por cento) do pre­visto no começo do ano. Os municí­pios que con­tavam com esses recur­sos (com­ple­mento) para o paga­mento do 13º salário dos profis­sion­ais da edu­cação ficaram a ver navios.

Diver­sas out­ras situ­ações se repetem. Quan­tos não são os que têm que man­ter o trans­porte esco­lar no ensino médio e as vezes o próprio ensino por não con­tar com o apoio do gov­erno estad­ual? Quan­tos municí­pios não tem que ban­car as estru­turas estad­u­ais, tais como aluguéis, ali­men­tação, com­bustível, por que a o estado não banca ou o que dis­pên­dio não é sufi­ciente para man­tença destes serviços? Um dos exem­p­los mais cristal­i­nos é o da polí­cia, os municí­pios – a grande maio­ria –, banca desde a casa onde fun­ciona a del­e­ga­cia até a ali­men­tação dos pre­sos, pas­sando por com­bustível e out­ros atendi­men­tos para ter um mín­imo de segu­rança. Mín­imo mesmo, pois as notí­cias que chegam é que as dro­gas, rou­bos e até a matança cresce em ritmo acelerado.

Recur­sos públi­cos que dev­e­riam ser investi­dos nas neces­si­dades dos municí­pios, como saúde, edu­cação, etc.

Acred­ito que para resolver os graves prob­le­mas que escan­dal­izam os brasileiros decentes faz-​se necessário um pacto pela edu­cação que con­tem­ple um diag­nós­tico cri­te­rioso municí­pio por municí­pio, uma fis­cal­iza­ção rig­orosa da sociedade e dos órgãos públi­cos no que se ref­ere ao inves­ti­mento dos recur­sos. Faz-​se necessário que se cobre resul­tado ano a ano dos pro­fes­sores, esco­las, municí­pios e esta­dos. Não adi­anta dizer que se investe em edu­cação se o des­ti­natário dos inves­ti­men­tos públi­cos (do meu, do seu, do nosso din­heiro), os alunos não estão apren­dendo. Essa é a real­i­dade. Os alunos não estão apren­dendo. Ninguém tem mostrado com­pro­misso com isso, o impor­tante é ir pas­sando o aluno de ano sem os con­hec­i­men­tos da série.

O prob­lema não está ape­nas na dis­crepân­cia entre os estu­dantes da zona rural e urbana ou do ensino público ou privado.

Após a reportagem de domingo o que mais vi foi gente atribuindo cul­pas a essa ou aquela pes­soa, esta ou aquela esfera. A edu­cação é estraté­gia nacional a respon­s­abil­i­dade é de todos. A crise edu­ca­cional é no sis­tema inteiro con­forme mostram os indi­cadores a que nos refe­r­i­mos anteriormente.

O Brasil cul­tiva uma edu­cação desigual. Como podemos imag­i­nar que uma cri­ança estu­dando nas condições que vem estu­dando na zona rural tenha condições de com­pe­tir com um aluno da zona urbana, com muito mais recur­sos? Ou que os alunos das esco­las públi­cas enfrentando as difi­cul­dades de todos con­heci­das ten­ham o mesmo aproveita­mento que os alunos das esco­las pri­vadas? Como imag­i­nar que os municí­pios do norte/​nordeste pos­suam as mes­mas condições de inve­stir numa edu­cação de qual­i­dade que os municí­pios do sul/​sudeste? Não tem como. A falta de infraestru­tura, de estradas vic­i­nais, é outro com­pli­cador logís­tico. Os municí­pios do nordeste sobre­vivem, basi­ca­mente, dos recur­sos ori­un­dos das trans­fer­ên­cias con­sti­tu­cionais enquanto os daque­las out­ras regiões, pos­suem arrecadação própria sendo as ver­bas trans­feri­das um mero com­ple­mento. E aqui não se pode tam­bém deixar de con­sid­erar a grave questão da cor­rupção que impera na quase total­i­dade dos municí­pios brasileiros, sobre­tudo nes­tas regiões mais pobres. O cír­culo vicioso de falta de edu­cação, pobreza, cor­rupção vai ape­nas se repetindo ao longo dos anos.

Diante do escân­dalo nacional ger­ado pelas ima­gens retratando as condições indig­nas a que são sub­meti­das as cri­anças brasileiras, muitos ten­taram fugir as suas respon­s­abil­i­dades, alguns dis­seram que eram “esco­las rurais”, “escola em ter­ras” par­tic­u­lares, como se fosse jus­ti­fica­tiva. Não é. O Municí­pio dev­e­ria disponi­bi­lizar esco­las de qual­i­dade inde­pen­dente de serem as cri­anças da zona rural ou não ou de estarem morarem como colonos em ter­ras par­tic­u­lares. Todas as cri­anças mere­cem as mes­mas opor­tu­nidades. A respeito disso cabe citar a exper­iên­cia pio­neira que o Municí­pio de Morros

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está imple­men­tando e que con­siste em elim­i­nar as micro-​escolas que aten­diam 245 comu­nidades rurais e substituindo-​as por escolas-​pólos com os mes­mos recur­sos das esco­las da zona urbana. Eram mais 100 esco­las que estão virando dez ou onze, para onde irão todas as cri­anças das ime­di­ações. As escolas-​pólos

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já implan­tadas (não foram con­struí­das todas dev­ido a escassez de recur­sos e a falta de apoio) já começam a con­tar com inter­net banda-​larga. Há ainda um longo cam­inho a per­cor­rer, mas já é um bom começo.

Mas, como dizia, a falên­cia no ensino brasileiro só começa no ensino fun­da­men­tal, entre­tanto vai só se agra­vando nas eta­pas seguintes. Não serve de jus­ti­fica­tiva as demais esferas diz­erem que rece­beu o aluno sem preparo e por isso o caos. Se o prob­lema começa no ensino fun­da­men­tal e todos sabem disso, tanto o gov­erno estad­ual, quanto o fed­eral, em con­junto, com os gov­er­nos munic­i­pais devem somar esforços e irem resol­vendo os prob­le­mas. A falta de esco­las, a pés­sima qual­i­dade do ensino, etc. Isso sem falar na grande quan­ti­dade de crianças e ado­les­centes que aban­donam os estu­dos no meio do cam­inho, muitos não con­cluem o ensino fun­da­men­tal, dos que con­cluem muitos não com­ple­tam o ensino médio e só a mino­ria da mino­ria chega a fac­ul­dade, sendo alguns que con­cluem con­tin­uam analfabetos.

Como disse e repito, ou se encara a edu­cação como uma urgên­cia nacional ou o país con­tin­uará ocu­pando os últi­mos lugares nos indi­cadores inter­na­cionais, como tem sido esses anos todos, e o Maran­hão seguirá na rabeira da rabeira.

Abdon Mar­inho é advo­gado.

O VÍCIO DOTODO MUNDO FAZ\».

Escrito por Abdon Mar­inho

O VÍCIO DOTODO MUNDO FAZ\».

Um novo epíteto é repetido como um mantra na nova for­mação ética e moral brasileira. Como um medica­mento mila­groso ele se aplica a tudo. Por onde pas­samos, para todas as situ­ações, para todos os dias. Refiro-​me ao \«todo mundo faz assim\», muitas das vezes tam­bém usado em suas var­iáveis: \«É assim mesmo\», \«faz parte da cultura\».

A praga, como todos os male­fí­cios que surgem neste Brasil varonil, se alas­tra pelos qua­tro can­tos do país, e, de tão comum, ninguém mais ousa contestar.

O cidadão foi con­tratado ou aprovado para exe­cre um cargo público com carga horária de 40 horas, aparece uma ou duas vezes por sem­ana, se alguém per­gunta a razão, sim­ples­mente responde que \«todo mundo faz assim\»; o servi­dor pub­lico chega a qual­quer e sai a qual­quer hora da repar­tição, jus­ti­fica dizendo \«todo mundo faz assim\»; o empresário para aviar um doc­u­mento paga uma \«cerve­jinha\» e diz \«todo mundo faz\»; o servi­dor recebe e jus­ti­fica \«todo mundo faz\»; o empre­it­eiro cor­rompe esse ou aquele para gan­har uma lic­i­tação pública e usa o argu­mento sin­gelo \«todo mundo faz\»; o cidadão ocupa a vaga des­ti­nada a idosos ou defi­cientes, argu­menta \«todo mundo faz isso\»; furam a fila no banco motivo: \«Todo mundo faz\».

Assim, o Brasil vai se tor­nando a terra do todo \«todo mundo faz\». Agem como se o erro, se cole­tivo, tenha gan­hado uma imu­nidade, tenha uma absolvição automática. A sociedade perdeu suas ref­er­en­ci­ais éti­cos, jus­ti­f­i­cando “no todo mundo faz” sua própria falta de pudor. Acon­tece aquilo que já se esper­ava que acon­te­cesse: As pes­soas serem hon­es­tas para o público externo e não para si. Ora, se a minha refer­ên­cia de hon­esti­dade é o viz­inho e não eu próprio, se ele faz algo de errado é como se absolvesse meus próprios erros. E isso, ao meu ver, não tem como sustentar-​se.

Reparem que nos dias de hoje, por tudo alguém demanda judi­cial­mente, todo mundo cobra seus dire­itos, nunca os fóruns e varas de justiça estiveram tão abar­ro­ta­dos de proces­sos. Todos querem, e com razão, que seus dire­itos sejam respeita­dos. Entre­tanto, esses mes­mos que cobram o respeito aos seus dire­itos são os mes­mos que recor­rem à auto-​absolvição do “todo mundo faz”. Ninguém dis­pensa um cen­tavo no seu salário, mas per­gun­tem se demon­stram o mesmo afinco no tra­balho. Quan­tos não pas­sam o dia nos cafez­in­hos, chegando mais tarde, saindo mais cedo, bus­cando uma des­culpa na infinidade de feri­ados e datas comem­o­ra­ti­vas para ampliá-​las ou estendê-​las? O feri­ado é na sexta, vamos indiciá-​lo na quinta. A quarta já se torna véspera do feri­ado que só dev­e­ria ser na sexta.

Talvez algum estu­dioso algum dia se ocupe do estudo destes fenô­menos dos nos­sos dias em que as pes­soas se acham mere­ce­do­ras de tudo e deve­do­ras de nada. Todos querem o din­heiro sem tra­balho, o sucesso sem o esforço, o recon­hec­i­mento sem a ded­i­cação. Prin­ci­pal­mente no serviço público, onde as pes­soas intuem que que se público não é de ninguém, quando na ver­dade, se é público é de todos e que ninguém pode ir se arvo­rando dono e tomando para si o patrimônio que é de todos. Como alguém pode achar justo rece­ber o salário para tra­bal­har 40 horas se só tra­balha, quando tra­balha, 8 horas/​semanais? Como alguém pode achar nor­mal que se vá roubando o con­tribuinte com as chamadas “peque­nas cor­rupções” escu­d­ado no argu­mento que “todo mundo faz”? Não me parece cor­reto. Alguém paga essa farra. Trabalha-​se no Brasil mais de cinco meses por ano ape­nas para o paga­mento de trib­u­tos e o Estado não nos dá abso­lu­ta­mente nada. Não temos edu­cação digna, a saúde é caótica, a infraestru­tura é sofrível, a crim­i­nal­i­dade tomou de conta das ruas, das cidades e de tudo.

A sociedade ao invés de indignar-​se faz é cor­rob­o­rar com todo tipo de ban­dal­heira, achando nor­mal e acei­tando como nor­mal a par­tir do cole­tivismo dos vícios.

A res­ig­nação do \«é assim mesmo”, do “todo mundo faz”, etc., leva o país ao atraso, à falta de com­pro­misso, a destru­ição dos val­ores soci­ais, da ética.

Estes vícios estão entran­hados na sociedade brasileira, tomou o Estado em todos os setores, de cima para baixo. Começa nas mais altas esferas repub­li­canas aos mais baixos extratos da sociedade. Igualam se todos nos malfeitos. A única cosia que difer­en­cia uns dos out­ros, talvez seja o vol­ume de malfeitos praticados.

São médi­cos fal­si­f­i­cando os dedos para bater ponto nas unidades de saúde, quando tem esse sis­tema de con­t­role, são servi­dores vendendo sen­has de atendi­mento médico, são os grandes nego­ciando os recur­sos da nação. São dire­itos tira­dos de quem os tem para dar os que não tem. Pior é que os recla­mam são mes­mos que são capazes dos mes­mos atos aqui em embaixo.

A cor­rupção se tornou endêmica no país, isso é fato, graças a tol­erân­cia dos eleitores aqui embaixo. Todos recla­mam dos cor­rup­tos que tomam conta do país, estado ou municí­pio, poucos são os que não querem ou tiram alguma van­tagem quando surge uma opor­tu­nidade ou não cor­rompem ou se deixam cor­romper nas grandes ou peque­nas coisas. Cinquentinha para não ser mul­tado, trintinha para não cor­tar a luz, cemz­inho para apre­sar o alvará, e por aí vai.

Nada demais, ape­nas o que “todo mundo faz”.

Abdon Mar­inho é advo­gado.

Pas­sando batido e dor­mindo no ponto

Escrito por Abdon Mar­inho

Passando batido e dor­mindo no ponto.

Se Félix (o da nov­ela) dissesse num dos seus chistes: “– Pelas con­tas do rosário, só posso ter dormido no ban­quete de Herodes para per­mi­tir a entrega da cabeça de João Batista a dança­rina Salomé”, não retrataria de forma mais per­feita o que acon­te­ceu na reunião da Comis­são de Interge­stores Bipar­tite – CIB, em que foi aprovada uma res­olução que ter­mina por liq­uidar a nossa já com­bal­ida saúde municipal.

Li que a CIB, reunida no último dia 23 de janeiro, decidiu, que São Luís irá remu­nerar os trata­men­tos feitos em anos ante­ri­ores, pela cidade de Teresina, de pacientes ori­un­dos do Maran­hão, por pro­posta do secretário de saúde do estado. Em sen­tido fig­u­rado, ape­nas isso, temos o ban­quete de Herodes (a reunião CIB) na qual foi entregue a cabeça de João Batista (a verba da saúde) para Teresina (Salomé). Isso só foi pos­sível por que Félix (o secretário) dormiu e deixou pas­sar a patranha. Para evi­tar que a saúde munic­i­pal que­bre faz-​se necessário que o municí­pio recorra ime­di­ata­mente as instân­cias próprias do Min­istério da Saúde e até da justiça, se for o caso. Se pas­saram batido e dormi­ram no ponto é hora de cor­rer atrás e evi­tar o prejuízo.

Não sou mil­i­tante da área, ape­nas uma das tan­tas pes­soas que vem acom­pan­hando o assunto desde muito tempo, e como tal, sei que as decisões da CIB são fruto de con­senso entre os secretários de saúde dos municí­pios, inte­grantes da CIB. Não posso acred­i­tar que ninguém, nem mesmo o secretário de saúde do Municí­pio de São Luís tenha se erguido para aler­tar a vio­lên­cia que se estava fazendo con­tra a saúde da cap­i­tal. Ade­mais, o Municí­pio de São Luís, até por sua condição de gestor pleno teria o poder de vetar a decisão absurda que querem trans­for­mar em res­olução obri­g­ando São Luís a pagar atendi­men­tos pretéri­tos feitos pelo Estado do Piauí, que pelo vol­ume torna imprat­icável qual­quer política de saúde daqui para frente.

Ora, pelo que me informei, até essa nova res­olução, estava em vigor uma outra pactu­ada tem­pos atrás, que vinha esta­b­ele­cendo que os atendi­men­tos dev­e­riam ser feitos nas unidades onde o municí­pio do paciente é ref­er­en­ci­ado, se o municí­pio dese­jar man­dar o paciente para outra unidade que não a de refer­ên­cia dev­e­ria fazê-​lo através de uma guia própria para que o municí­pio que receba o paciente possa cobrar da Sec­re­taria de Estado e esta descon­tar do teto do municí­pio que encam​in​hou​.No caso da dívida exi­s­tir, e acred­ito que exista, que seja descon­tada dos tetos de quem man­dou os pacientes.

Diante disso, da falta deste con­t­role, que se desconte do teto de São Luís, os val­ores destes atendi­men­tos para o qual o municí­pio não con­tribuiu de nen­huma forma, e para o qual não se tem como aferir de forma dev­ida, é uma temeri­dade que beira a irre­spon­s­abil­i­dade tanto por omis­são quando por comis­são do mem­bros da CIB.

Causa espanto é que diante de um fato tão absurdo ninguém tenha se lev­an­tado e erguido a voz con­tra. Não se com­preende sequer a posição da Sec­re­taria de Saúde do Estado em pro­por e enca­par tal proposição. A impressão que fica é que ninguém sabe fazer conta ou fiz­eram ouvi­dos moucos ao que fora pactu­ado ante­ri­or­mente. Em qual­quer dos casos imperou o silên­cio, da forma que imperou quando Salomé pediu a cabeça do pro­feta João Batista.

Em qual­quer dos casos ainda isso não elide a respon­s­abil­i­dade do secretário de saúde do municí­pio que não usou do seu poder para impedir o que estava acon­te­cendo. Aliás, cada vez mais se torna palpável o descon­hec­i­mento da atual equipe da saúde para gerir o sis­tema. Parece que ninguém sabe o que é o SUS. Eu e as pes­soas acos­tu­madas com o SUS ainda não con­seguimos enten­der que con­vênio foi aquele que o municí­pio assi­nou com o HUUFMA na sem­ana pas­sada uma vez que a unidade já faz parte da rede munic­i­pal desde 2004, quando São Luís pas­sou a gestor pleno do sis­tema, recebendo mais de R$ 80 mil­hões anu­ais, dos quais R$ 43 mil­hões repas­sa­dos dire­ta­mente pelo Min­istério da Saúde do teto do municí­pio para o HUUFMA e o restante medi­ante apre­sen­tação de fat­u­ra­mento. Isso sendo feito na última década.

O municí­pio é que não tem cobrado e envi­ado os pacientes, como dev­e­ria, para unidade, cau­sando como resul­tado a sobre­carga da rede própria munic­i­pal. Ora, se se trata de um con­vênio novo, sig­nifica que vão pagar o dobro que já vem sendo pago? Vão onerar ainda mais o teto finan­ceiro do municí­pio? Se não é con­vênio novo, porque sub­me­teram o prefeito a apre­sen­tar uma novi­dade de museu? Se não é novo e agora dizem que vão fazer o dev­e­riam vir fazendo na última década, o HUUFMA vai devolver o que já rece­beu durante esse tempo todo? Con­fesso que ainda não entendi o que acon­te­ceu. Vão ape­nas fazer o que já deviam está fazendo? Vão dobrar a capaci­dade de atendi­mento? O HUUFMA tem condições para fazer isso? Vão pagar o dobro pelo serviço? São per­gun­tas que exigem do Sr. Félix (o secretário), os esclarec­i­men­tos devidos.

A impressão que fica é que a Sec­re­taria de Saúde, con­duziu o prefeito, num exem­plo de absurdo, a com­prar um carro que já lhe per­ten­cia. Pois a unidade já rede do municí­pio, apre­sen­tar como novi­dade é agir como o cidadão que com­pra o carro que já lhe per­ten­cia. Vamos com­bi­nar que esse tipo de coisa é de matar de inveja, os com­pe­tentes vende­dores de car­ros que fazem ponto ali na pedra que fun­ciona na Praça Cat­ulo da Paixão Cearense. Acho que nen­hum deles con­seguira tal feito.

O prefeito da cidade deve ser admi­rado pela paciên­cia com que tem tol­er­ado tan­tos desac­er­tos, infe­liz­mente; cada dia que passa essa paciên­cia com a falta de gestão causa danos muitas das vezes irreparáveis à pop­u­lação ludovi­cense. Ainda ontem, li uma notí­cia que pela dureza, até hoje me custo acred­i­tar. Li que um cidadão que acidentou-​se na Avenida dos Africanos, prati­ca­mente no coração da cidade, veio a óbito, segundo dizem, pela demora no atendi­mento de urgên­cia e emergên­cia da cidade. Me custa acred­i­tar que isso tenha ocor­rido. Esta­mos numa cap­i­tal de mais de um mil­hão de habi­tantes e que é gestora plena do sis­tema de saúde, não tem cabi­mento que pes­soas mor­ram por falta de atendi­mento. Não dá para acred­i­tar. Acho que nem o Félix (o da nov­ela) seria capaz de achar nor­mal esse tipo de coisa.

Abdon Mar­inho é advogado.