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Uma breve reflexão sobre a Con­sti­tu­ição e a Democracia

Escrito por Abdon Mar­inho


Uma breve reflexão sobre a Con­sti­tu­ição e a Democracia.

Por Abdon C. Marinho.

QUANDO ter­mi­nou a Segunda Guerra Mundial e os seus hor­rores se tornaram públi­cos, uma per­gunta pas­sou a assom­brar as mentes dos cidadãos da Europa e do mundo: como foi pos­sível deixar tais coisas acontecerem?

Pas­sa­dos tan­tos anos ainda hoje é uma per­gunta que inqui­eta. O mal é os abu­sos vão sendo tol­er­a­dos ou igno­ra­dos pelos povos enquanto os tira­nos vão gan­hando força e até “simpatia”.

Cam­inha para o ter­ceiro ano a invasão que a Rús­sia pro­moveu na Ucrâ­nia sem nem vis­lum­bre de reti­rada das forças inva­so­ras. Mil­hões de pes­soas viraram refu­gia­dos, out­ros tan­tos perderam suas posses, cri­anças foram sequestradas pelo exército inva­sor e diver­sos out­ros horrores.

Há quase um ano Israel foi vítima de um inom­inável ataque ter­ror­ista e em represália a esse ataque pas­sou a praticar ter­ror­ismo de estado, tento destruído com­ple­ta­mente a Faixa de Gaza e cau­sado a morte de mais de quarenta mil inocentes sendo a maio­ria mul­heres e cri­anças; nesse momento lança mís­seis indis­crim­i­nada­mente con­tra o Líbano, uma nação sober­ana e que não pos­sui condições de se defender.

O texto que trago hoje não é sobre esses con­fli­tos, sobre a indig­nação que eles causam nas pes­soas que ainda não desi­s­ti­ram de pen­sar.

Ao intro­duzir tais fatos faço com o condão de aler­tar para a tol­erân­cia obse­quiosa ou leniên­cia com as quais cos­tu­mamos tratar ou deixar pas­sar aquilo que não dev­eríamos aceitar como normal.

Refletindo sobre a Con­sti­tu­ição – que cel­e­bra 36 anos –, vemos o quanto já foi e é vilipen­di­ada por aque­les que dev­e­riam protegê-​la e defendê-​la.

Por esses dias, além da cam­panha eleitoral que mobi­liza can­didatos a prefeitos e vereadores em todo país e mais alguns plebisc­i­tos em algu­mas cidades, tenho visto uma cam­panha fer­renha de alguns cidadãos – que nem são can­didatos –, e um par­tido político con­tra um outro par­tido político.

Dep­uta­dos, lid­er­anças, mil­i­tantes e até o pres­i­dente de deter­mi­nada agremi­ação fazendo uma cam­panha eleitoral neg­a­tiva con­tra outra agremiação.

Essa situ­ação, inusi­tada até aqui, me fez pen­sar se, em nome da democ­ra­cia brasileira, não se estaria gerando mais um “ovo de ser­pente”.

E o que me faz pen­sar isso?

A Con­sti­tu­ição Fed­eral logo no seu artigo primeiro esta­b­elece como sendo um dos fun­da­men­tos da República Fed­er­a­tiva do Brasil o plu­ral­ismo político. Está lá: “Art. 1º A República Fed­er­a­tiva do Brasil, for­mada pela união indis­solúvel dos Esta­dos e Municí­pios e do Dis­trito Fed­eral, constitui-​se em Estado Democrático de Dire­ito e tem como fun­da­men­tos: I — a sobera­nia; II — a cidada­nia; III — a dig­nidade da pes­soa humana; IV — os val­ores soci­ais do tra­balho e da livre ini­cia­tiva; V — o plu­ral­ismo político. Pará­grafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de rep­re­sen­tantes eleitos ou dire­ta­mente, nos ter­mos desta Constituição.

Na Con­sti­tu­ição, quando trata dos dire­itos políti­cos, esta­b­elece: “Art. 17. É livre a cri­ação, fusão, incor­po­ração e extinção de par­tidos políti­cos, res­guarda­dos a sobera­nia nacional, o régime democrático, o pluri­par­tidarismo, os dire­itos fun­da­men­tais da pes­soa humana e obser­va­dos os seguintes preceitos:

Nesse mesmo artigo esta­b­elece as condições para a existên­cia dos par­tidos, como: I — caráter nacional; II — proibição de rece­bi­mento de recur­sos finan­ceiros de enti­dade ou gov­erno estrangeiros ou de sub­or­di­nação a estes; III — prestação de con­tas à Justiça Eleitoral; IV — fun­ciona­mento par­la­men­tar de acordo com a lei.

Muitas vezes assis­ti­mos recla­mações sobre a infinidade de par­tidos exis­tentes no Brasil. Não se trata de um mal, pelo con­trário, trata-​se de uma garan­tia de rep­re­sen­ta­tivi­dade de quais­quer seg­men­tos da sociedade. Cada uma tem o dire­ito de se expres­sar e ter a sua voz ouvida. Essa lim­i­tação é pre­rrog­a­tiva do cidadão e não daque­les que dis­cor­dam de um ou outro posi­ciona­mento.

Quando assisto uma agremi­ação fazer uma cam­panha orquestrada, inclu­sive com a uti­liza­ção de recur­sos públi­cos, me per­gunto se ela não está, direta ou indi­re­ta­mente, aten­tando con­tra um dos fun­da­men­tos da República e do Estado Democrático de Dire­ito.

Veja, todos os par­tidos políti­cos para exi­s­tirem pre­cisam preencher os req­ui­si­tos exigi­dos em lei, uma das condições para existên­cia, aliás, é o cumpri­mento da lei.

É dizer, a qual­quer um será líc­ito dis­cor­dar de um pro­jeto político, do estatuto de um par­tido, etc. mas é líc­ito que se faça cam­pan­has orquestradas para a sua supressão eleitoral? Não estaria aí, como na Ale­manha da primeira metade do século pas­sado, a gênese de um pro­jeto autoritário con­trário a existên­cia do plu­ral­ismo político? Será líc­ito fazer cam­pan­has eleitorais visando a elim­i­nação de uma deter­mi­nada agremi­ação, como esta­mos assistindo?

Ainda dando azo a essa reflexão, vai que con­sigam penalizar a agremi­ação com a qual têm dis­cordân­cias, o que os impedirá de, amanhã, voltarem si con­tra outra, e outra, e outra até que passe­mos ao mod­elo de par­tido único?

A situ­ação ganha ares mais dramáti­cos quando vemos que além do par­tido que recebe a maior fatia do fundo par­tidário e de out­ros recur­sos públi­cos para a pro­moção de seu ideário, seus rep­re­sen­tantes políti­cos no Con­gresso Nacional encabeçam a cam­panha con­tra a agremi­ação que pre­ten­dem elim­i­nar do cenário político.

Ao meu sen­tir, trata-​se de algo muito sério pois os par­la­mentares ao assumirem os seus mandatos juram solen­e­mente a defesa da Con­sti­tu­ição Fed­eral e a obe­diên­cia às leis do país. Ao atentarem dire­ta­mente con­tra um dos fun­da­men­tos da República não estão violando a constituição?

Entendo que o partido-​vítima (pen­sei que nunca fosse teste­munha isso, par­tido e vítima jun­tos) perde uma opor­tu­nidade de rea­gir à altura rep­re­sen­tando con­tra os par­la­mentares junto aos con­sel­hos de éti­cas do par­la­mento, bem como, de ingres­sarem con­tra a agremi­ação a qual fazem parte pedindo o can­ce­la­mento do seu reg­istro.

Os embates políti­cos são salutares e dese­jáveis mas devem ocor­rer den­tro das condições esta­b­ele­ci­das em lei. Não é nor­mal uma cam­panha insti­tu­cional­izada con­tra uma agremi­ação política reg­u­lar por dis­cordân­cias a respeito de seu posi­ciona­mento político.

Trans­borda da nor­mal­i­dade.

Os cidadãos de bem que acred­i­tam na democ­ra­cia não podem fin­gir que nada de anor­mal está acon­te­cendo. Não é verdade.

Hoje quando os mil­hões de brasileiros estiverem diante da urna, na solidão da cab­ine eleitoral, pre­cisam refle­tir sobre o tipo de país que pre­cisamos con­struir.

A democ­ra­cia é uma con­strução cole­tiva onde os eleitores indi­vid­ual­mente dão sua con­tribuição para o bem de todos.

Quando abdicamos desse dire­ito para seguir pro­je­tos mes­siâni­cos e autoritários esta­mos fazendo o oposto da con­strução de uma democ­ra­cia.

Na hora de votar deve­mos refle­tir sobre isso.

Abdon C. Mar­inho é advo­gado.

O Pará no cen­tro do mundo.

Escrito por Abdon Mar­inho


O Pará no cen­tro do mundo.

Por Abdon C. Marinho.

EXCETO por um grupo de venu­sianos que desceu ontem à noite na terra não há um ser vivo no plan­eta que con­siga igno­rar a emergên­cia climática que esta­mos atrav­es­sando.

A cada dia, a cada mês, a cada ano os espe­cial­is­tas aponta que foi o mais quente – isso até o seguinte.

Os rios do país agon­i­zam, mor­rem de sede um pouco mais a cada dia que passa enquanto são víti­mas da poluição ou da inclemente destru­ição provo­cada pelo bicho homem.

Em um ano tive­mos as maiores inun­dações na região sul do país e as maiores secas na região norte.

Os chama­dos rios amazôni­cos, segundo os espe­cial­is­tas, estão viven­ciando suas baixas históri­cas, rios que antes pare­ciam mares, min­guaram e em diver­sos lugares já não é pos­sível mais a nave­g­ação ou viraram deser­tos de areia.

Este ano o país exper­i­menta queimadas jamais vis­tas, onde tem veg­e­tação parece que tem fogo, tam­bém, segundo os espe­cial­is­tas, quase todos fru­tos da ação humana, crim­i­nosa ou ape­nas ignorân­cia.

Con­forme já con­fes­sado, o Brasil não está preparado para as tragé­dias climáti­cas, sejam enchentes, sejam as queimadas. Aliás, o Brasil nunca se preparou para nada: a poluição é desen­f­reada, o des­mata­mento sem lim­ites, a “gri­lagem” de ter­ras, a explo­ração ile­gal de garim­pos em rios e flo­restas, o mas­sacre dos povos orig­inários.

Mesmo diante de tudo isso que vive­mos, o que mais temos no Con­gresso Nacional são par­la­mentares defend­endo mais destru­ição, mais froux­idão nas leis, mais explo­ração des­or­de­nada dos recur­sos nat­u­rais.

A ganân­cia jun­ta­mente com a ignorân­cia fazem com que matem o que “tín­hamos” de mais valioso – sim, o Brasil é um país que “corre (ou dev­e­ria cor­rer) atrás do pre­juízo” para ten­tar mino­rar as con­se­quên­cias de anos e anos de leniên­cia com o meio ambi­ente.

Ainda não sei se se deram conta mas as pre­visões trág­i­cas que faziam sobre o que viria a acon­te­cer daqui a cem ou duzen­tos anos estão acon­te­cendo agora.

O futuro chegou – e ele não se mostra nada agradável.

A real­i­dade que vive­mos no Brasil – que até bem pouco tempo con­tabi­lizava como tragé­dia ape­nas a nossa classe política, não tín­hamos tor­na­dos ou furacões, não tín­hamos secas tão sev­eras ou enchentes tão fortes –, já era uma tônica de diver­sos out­ros países.

O mundo inteiro vive em sus­pense e sob a égide do medo.

Enquanto fazem guer­ras estúp­i­das ou mas­sacres insanos dev­e­riam estar bus­cando alter­na­ti­vas para sal­varem o plan­eta. Ainda não temos um plan­eta B. Logo mais, nada das coisas pelas quais ceifam tan­tas vidas inocentes, pelas quais se destroem tanto mutu­a­mente fará qual­quer sen­tido.

Esse logo mais, não se ref­ere a sécu­los ou mil­hares de anos, já podemos falar em meses, anos, no máx­imo décadas.

É nesse cenário pes­simista e des­o­lador que coloco o Estado do Pará, Brasil, no cen­tro do mundo. Não é o Brasil, é um estado da fed­er­ação.

Quando faço isso, voltando ao tema do texto, tenho por norte duas questões cruciais:

A primeira, ano que vem, prati­ca­mente daqui a um ano, em Belém do Pará, será real­izada a COP30, a Con­fer­ên­cia da ONU para o Clima. Essa reunião, acred­ito será a última opor­tu­nidade dos países enten­derem que a luta que pre­cisa ser travada é pela sal­vação do plan­eta e da vida nele exis­tente.

Diante do fra­casso da humanidade é certo que essa con­fer­ên­cia será a mais impor­tante de todas já feitas até hoje e será a última com chances das decisões tomadas faz­erem a difer­ença entre a vida ou morte do plan­eta.

A próx­ima COP, se mais essa fra­cas­sar, não creio que tenha mais algum sen­tido.

A segunda razão pela qual coloco o Pará no cen­tro mundo é pelo fato, ainda den­tro do con­texto da emergên­cia climática que vive­mos, aquele estado ter cel­e­brado acordo na ordem de 180 mil­hões de dólares com a Coal­izão LEAF para apoiar os seus esforços para a redução do des­mata­mento.

Esta­mos falando de quase um bil­hão de reais a serem investi­dos naquele estado no sen­tido de reduzir o des­mata­mento. São recur­sos para serem investi­dos em apoio aos povos orig­inários, ao desen­volvi­mento econômico sem des­mata­mento, em edu­cação, em saúde dos povos, em preser­vação de nascentes e recu­per­ação de rios, etc, – nem sei se é essa a des­ti­nação dos recur­sos, imag­ino que sim.

O mais impor­tante de tudo é que esse é ape­nas um “primeiro acordo”. Out­ros acor­dos com out­ros países ou gru­pos econômi­cos ren­dendo out­ros bil­hões cer­ta­mente virão – se hou­ver uma con­sci­en­ti­za­ção do que efe­ti­va­mente se trata –, para o estado e para os demais esta­dos amazôni­cos, a par­tir do Maran­hão, até além dos lim­ites das fron­teiras do Brasil.

Trata-​se um gesto sig­ni­fica­tivo e con­creto para a “sal­vação” da flo­resta amazônica – e que poderá servir de mod­elo para os demais bio­mas.

Entre­tanto, é bom que saibamos, que para tal acordo renda para o clima o que esper­amos que renda, e, por con­se­quên­cia, out­ros acor­dos sejam feitos, faz-​se necessário que ten­hamos resul­ta­dos pos­i­tivos.

O Estado do Pará, assim como os demais esta­dos brasileiros, pos­sui enormes desafios, a serem ven­ci­dos em diver­sos setores, ape­sar disso, ao que nos parece, tem bus­cado e sabido aproveitar as opor­tu­nidades que tem surgido.

Agora mesmo encontra-​se diante de um grande desafio e de uma extra­ordinária opor­tu­nidade.

Nesse sen­tido o Estado do Pará se coloca no cen­tro do mundo, seja pela COP30, seja por esse primeiro acordo, como o grande pro­tag­o­nista do que se espera de pos­i­tivo para o futuro do plan­eta e da vida.

Trata-​se de uma baita responsabilidade.

Trata-​se da maior de todas as respon­s­abil­i­dades.

Abdon C. Mar­inho é advo­gado.

Mais aces­sos para a baixada.

Escrito por Abdon Mar­inho


MAIS ACES­SOS PARA A BAIX­ADA.

Por Abdon C. Marinho.

NO SÁBADO, 21 de setem­bro, o dever chamou-​me a Bequimão. Não gosto de sair aos sába­dos e domin­gos, pre­firo dedicar-​me à leitura, escrita ou ao ócio. Mas, dever é dever e con­tra os deveres da amizade não qual­quer argu­mento válido.

Quando faço “min­has” próprias via­gens sou pre­venido e já com­pro as pas­sagens com ante­cedên­cia. A demanda que iria aten­der, de pes­soas que estão indo e voltando quase todos os dias da baix­ada tam­bém obe­dece à lóg­ica de se adquirir pas­sagens para a trav­es­sia com muita ante­cedên­cia para con­seguir atrav­es­sar.

Foi o que se deu. Na noite ante­rior fui avisado: — con­seguimos “encaixar” teu carro numa pas­sagem que já havíamos adquirido lá atrás, mas tens que ir cedo, chegar bem antes das seis, pois a trav­es­sia está com­pli­cada com diver­sos ferry com prob­le­mas.

Resul­tado, tive que dormir cedo e acor­dar antes das qua­tro da madru­gada. Chegando fui para a fila dos “com pas­sagens” para embar­car no ferry que sairia às 8 horas. Quando cheguei, antes das seis, con­forme o com­bi­nado, as sete baias dos “sem pas­sagens” e mais a de pri­or­i­dades estavam lotadas.

A volta foi o mesmo per­rengue, só fui con­seguir sair, no ferry das 12:30 horas, às 15:30 horas, e assim mesmo dando vivas de ale­gria, pois a fila de espera no Cujupe, chegava na curva da igreja.

Cada vez mais as pes­soas estão via­jando pela baix­ada, seja a negó­cios, tra­balho, lazer, etc. E, cada vez mais con­stata­mos que esse “único” modal de trans­porte não é sufi­ciente para aten­der a demanda. Pre­cisamos de novas embar­cações, novos píer de atra­cação.

Ali­a­dos a isso, visando o desen­volvi­mento do tur­ismo na cidade de Alcân­tara, pre­cisamos tam­bém mel­ho­rar a trav­es­sia, tornando-​a mais con­fortável e segura.

Tanto lá quanto em São Luís, pre­cisamos facil­i­tar o acesso dos tur­is­tas, prin­ci­pal­mente estrangeiros, aos sítios e pré­dios históri­cos. Pre­cisamos insti­tuir então um sis­tema de peque­nas char­retes elétri­cas para levarem esses tur­is­tas pelos cen­tros das duas cidades históri­cas, prin­ci­pal­mente aque­les já sejam idosos e/​ou com difi­cul­dades de loco­moção.

O tur­ismo em Alcân­tara e em São Luís pre­cisa de inter­venções que per­mi­tam transformá-​lo em uma fonte de receita para esses municí­pios. A solução é mel­ho­rar e tornar mais seguro e con­fortável o trans­porte entre as duas cidades. Os tur­is­tas que con­hecem São Luís já reser­vam um ou dois dias para con­hecerem Alcân­tara.

Acho que os dois prefeitos pre­cisam se unirem e levarem tal reivin­di­cação para o gov­erno estad­ual. Ao meu sen­tir não muito sen­tido que cidades tão próx­i­mas não con­sigam aproveitar de forma con­junta os poten­ci­ais turís­ti­cos que pos­suem.

É certo que muitos tur­is­tas que vem a São Luís não des­fru­tam dos dois cen­tros históri­cos pelas difi­cul­dades de acesso. Out­ros, aliás, já descem no aero­porto e de lá mesmo já se deslo­cam para os municí­pios de Bar­reir­in­has e Santo Amaro.

Um pro­jeto que favoreça o tur­ismo em todo o estado pre­cisa con­tem­plar a me;horta de acesso aos demais des­ti­nos turís­ti­cos.

Colo­camos Alcân­tara como exem­plo porque é um des­tino turís­tico que avis­ta­mos da ilha de São Luís mas que as difi­cul­dades de acesso não per­mitem uma mel­hor exper­iên­cia. O trans­porte direto é defi­ciente, a chegada lá não é das mel­hores, deses­tim­u­lando, a vis­i­tação.

O acesso por ferry enfrenta os prob­le­mas que são con­heci­dos de todos, sem conta que depois de se chegar ao Cujupe ainda se tem que rodar cerca de setenta quilômet­ros até o cen­tro de Alcân­tara.

O certo é que a baix­ada não pode con­tar uni­ca­mente com os “modais” de trans­porte que pos­sui hoje. Esses pre­cisam ser mel­ho­ra­dos – e muito –, e out­ros pre­cisam ser desen­volvi­dos.

Não faz muito tempo tratei aqui do pro­jeto da transli­torâea (rodovia fed­eral lig­ando a cap­i­tal do Maran­hão a Belém, cap­i­tal do Pará).

Acho que se trata de um pro­jeto urgente e necessário. Infe­liz­mente, não vejo os políti­cos dos dois esta­dos sequer falarem do assunto.

À mín­gua desse desin­ter­esse, o gov­er­nador Car­los Brandão pode­ria, defin­i­ti­va­mente, escr­ever seu nome na história, ao encabeçar esse movi­mento, começando por con­struir as pontes lig­ando São Luís a Cajapió, no con­ti­nente.

Ah, o estado não pos­sui recur­sos, dirão os pes­simis­tas.

Ora, caso a difi­cul­dade seja essa, faz-​se uma parce­ria público pri­vada, entre­gando a con­strução da via a ini­cia­tiva pri­vada medi­ante con­cessão pelo tempo que jul­gar viável.

Aque­les que jul­garem mais viável fazer a trav­es­sia via sis­tema de fer­ry­boat, farão, os que preferirem ou que seja mais viável fazer o trans­porte por via rodoviária não se fur­tarão a pagar o pedá­gio.

O que entendo ser mais com­pli­cado é as pes­soas ficarem na dependên­cia por horas e horas do único modal exis­tente.

Con­forme já expliquei em tex­tos ante­ri­ores, essa rodovia trará desen­volvi­mento para todos os municí­pios da faixa do litoral do Maran­hão e do Pará, tornando-​se um grande corre­dor de riquezas entre os dois esta­dos.

Acred­ito que a ini­cia­tiva do Estado do Maran­hão de via­bi­lizar esse acesso ter­restre entre São Luís e a baix­ada, via Ilha dos Carangue­jos, Cajapió, será a mola propul­sora para a rodovia sair do papel.

Acred­ito, ainda, que uma obra de tamanha mag­ni­tude terá o condão de impactar e impul­sionar diver­sas cadeias econômi­cas do estado, prin­ci­pal­mente na baix­ada e litoral.

Claro que uma obra assim pre­cisa ser feita em con­formi­dade com o respeito à natureza garan­ti­ndo ou mino­rando os impactos advin­dos da mesma.

Nesse texto, como nos ante­ri­ores, fica a ideia de que é pos­sível um pro­jeto de desen­volvi­mento sus­ten­tável para o Maran­hão.

O desafio é a comunhão de ideias para que saiam do papel.

Abdon C. Mar­inho é advo­gado.